Uma série de disputas judiciais colocou em dúvida o início do Campeonato Brasileiro das séries C e D. Faltando só três dias para os primeiros jogos dos dois torneios, pelo menos cinco clubes brigam na Justiça por uma vaga para jogar a terceira e a quarta divisão do maior campeonato do país. Assim, eles colocam em xeque a organização do futebol brasileiro.
Araguaína (TO), Brasil de Pelotas (RS), Rio Branco (AC), Santo André (SP) e Treze (PB) são os clubes que recorreram ao Judiciário antes do Campeonato Brasileiro de 2012. Todos eles, cada um por um motivo, querem garantir para seu clube a vaga que acreditam serem merecedores. Resolveram ir até a Justiça para isso e acabaram criando uma disputa sem fim.
Isso porque, cada vez que um clube ganha uma vaga no campeonato da série C ou D, outro clube perde. Insatisfeito, o clube perdedor também vai à Justiça e esse "vai e volta" de decisões judiciais ameaça o início dos torneios.
O Santo André, por exemplo, entrou com um pedido de suspensão das séries C e D no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O clube estava garantido na série C de 2012, mas acabou rebaixado depois que o Brasil de Pelotas ganhou na Justiça a sua vaga.
O Brasil de Pelotas foi rebaixado em 2011, depois de perder seis pontos por ter escalado um atleta irregular. Inconformado, clube recorreu à Justiça comum para ficar na série C. Teve seu pedido atendido por juiz do Rio Grande do Sul. Com isso, rebaixou o Santo André.
O clube paulista não concordou. Segundo seu vice-presidente, Romualdo Magro Júnior, o Pelotas não pode pedir que Justiça comum intervenha nesses casos. Por isso, o Santo André pediu ao STJD que a séries C e D não comecem enquanto tudo não estiver resolvido.
A CBF informou que vai cumprir toda as decisões judiciais, seja ela da Justiça comum ou não. Extra-oficialmente, porém, a entidade vem trabalhando para tentar evitar que disputas em tribunais normais acabem prejudicando os campeonatos organizados pela confederação.
O que mais preocupa a CBF, nesses casos, é que a decisão de clubes de recorrer à Justiça comum venha prejudicar o futebol brasileiro como um todo. A Fifa proíbe que federações filiadas tenham seus litígios resolvidos em órgãos do Judiciário não voltados exclusivamente ao esporte. Por isso, na teoria, essas disputas judiciais poderiam causar uma punição ou até desfiliamento da CBF na Fifa.
A entidade máxima do futebol nacional informou no final da tarde de terça que espera que tudo seja resolvido o mais rápido possível para que as séries C e D sejam realizadas.
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