domingo, 12 de agosto de 2012

Brasil bate recorde de medalhas

Os atletas brasileiros encerraram os Jogos de Londres com o maior número de medalhas da sua história, subindo 17 vezes nos pódios olímpicos, mas decepcionaram em alguns esportes, deixando claro a necessidade de melhoras para fazer bonito em casa, no Rio de Janeiro, em 2016.
Um dos aspectos que deixaram um sabor um pouco amargo foi o fato de atletas que eram cotados para o ouro, como César Cielo, Leandro Guilheiro ou os jogadores da seleção de futebol masculino de Neymar e companhia, por exemplo, não conseguirem conquistar o título.
Desta forma, o Brasil ficou apenas com três medalhas de ouro, abaixo das cinco conquistadas em Atenas-2004, o que o posicionou na 22ª posição do quadro de medalhas, que leva em conta os títulos em primeiro lugar.
No entanto, a meta oficial do Comitê Olímpico Brasileiro para 2016 é baseada em outro cálculo, que soma somente o número total de medalhas. O objetivo é chegar entre os dois primeiros no Rio de Janeiro.
Com os 17 pódios de Londres, o Brasil ficou em 14º, empatado com Espanha e Hungria.
Um dos pontos positivos desses Jogos de Londres foi o fato de ver brilhar atletas jovens, que devem chegar no auge da sua forma em 2016.
O esporte que deu o maior salto de qualidade foi o boxe, que levou três medalhas, uma de prata com Esquiva Falcão, e duas de bronze para seu irmão Yamaguchi e para Adriana Araújo, na estréia do boxe feminino nos Jogos.
Antes deles, o Brasil tinha subido apenas uma vez na modalidade, com o bronze de Servílio de Oliveira na Cidade do México, em 1968.
Em termos de resultados, o que preocupa foi o desempenho fraco na natação e no atletismo, modalidades tradicionalmente mais aguardadas, que fazem a lenda dos Jogos Olímpicos.
Na natação, César Cielo, grande favorito ao ouro nos 50 m livre, decepcionou ao ficar apenas com o bronze. A prata de Thiago Pereira foi uma grata surpresa, mas os nadadores brasileiros se classificaram apenas para cinco finais, uma a menos do que em Pequim-2008.
No atletismo, foi pior ainda. O Brasil não conquistou uma medalha sequer nas pistas, o que não acontecia desde Barcelona-1992. Fabiana Murer, campeã mundial em Daegu-2008, e Maurren Maggi, campeã Olímpica em Pequim, nem se classificaram para as finais.
Na vela, modalidade que antes dos Jogos de Londres era responsável pelo maior número de medalhas do Brasil (16), ficou apenas o bronze de Robert Scheidt e Bruno Prada, que eram favoritos ao ouro, e foram ultrapassados pelo vôlei, que repetiu o resultado de Pequim, com o ouro no feminino e a prata no masculino.
O vôlei de praia obteve duas medalhas (prata com Alison e Emanuel, bronze com Larissa e Juliana), mas o resultado foi abaixo do esperado, já que ambas as duplas eram cotadas para o título.
O judô fez bonito ao superar seu recorde de medalhas em uma única edição com quatro pódios (um ouro e três bronzes), mas muitos observadores apontaram que a equipe era muito talentosa e tinha potencial para fazer melhor ainda.
Nos tatames, o feminino superou o masculino pela primeira vez, com o primeiro ouro da história para uma judoca brasileira, conquistado por Sarah Menezes, que deu alegria ao país já no primeiro dia de competição destes Jogos.
Nenhuma judoca da seleção brasileira que esteve em Londres tinha acima de 26 anos, o que dá ótimas perspectivas para 2016.
Com os olhos do mundo voltados para o Rio de Janeiro, o Brasil precisa mostrar que não é apenas o país do futebol.

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