Pesquisa da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Estados Unidos), aponta que exercícios realizados em esteiras rolantes ajudam a recuperar os movimentos de pacientes que tiveram derrame cerebral e que ficaram com seqüelas motoras, mesmo que o problema tenha sido causado há muitos anos.
De acordo com o estudo publicado na revista científica da American Heart Association, o cérebro de quem sofreu derrame retém ainda informações sobre a mobilidade e equilíbrio. Assim, a caminhada na esteira permite ativar as áreas responsáveis por essas funções que foram afetadas pelo evento. Uma das justificativas para esse benefício é que o ato de caminhar é mais natural ao corpo humano do que fazer exercícios em outros aparelhos de fisioterapia.
Nesta pesquisa, os cientistas recrutaram cerca de 70 pacientes que tiveram um acidente vascular cerebral (AVC) entre seis meses e quatro anos antes do início do estudo e analisaram suas capacidades de mobilidade e aeróbica (VO2).
Os voluntários foram divididos em dois grupos. O primeiro, exercitou-se numa esteira, respeitando suas limitações, três vezes por semana durante 40 minutos cada sessão. A atividade física foi intensificada, elevando a inclinação e a velocidade da esteira até 60% da capacidade respiratória máxima deles. Já o segundo recebeu tratamento fisioterápico tradicional, incluindo exercícios de alongamento e de força, durante o mesmo período de tempo.
Após seis meses, os integrantes de ambos grupos foram submetidos a exames de ressonância nuclear magnética como forma de avaliar o efeito do tratamento na função cerebral. Aqueles que se exercitaram na esteira apresentaram uma melhora de 51% em relação à condição inicial, enquanto o segundo grupo evoluiu 11%. A atividade na esteira também ajudou a aumentar em 18% a capacidade respiratória dos pacientes que usaram o aparelho.
As imagens dos exames de ressonância mostraram que as áreas dos cérebros responsáveis pela mobilidade e equilíbrio dos pacientes que caminharam foram ativadas após o período treinos. Os pesquisadores agora pretendem aprofundar o estudo para saber se essa alteração aconteceu por conta do ato de caminhar ou se foi motivada pelo aumento de oferta de oxigênio no cérebro, devido à melhora da capacidade cardiorrespiratória do paciente
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